O papel em branco
me espera um verso.
Fujo ao olhar
das paralelas linhas.
Rebusco os confins
da memória farta,
mas nada aflora
que mereça a tinta.
O papel em branco,
zombeteiro, ri
um riso pálido
de retilíneos dentes.
Inspiração me falta
e o papel espreita
tocaiado ao longo
de precisa mira.
O papel em branco
me tortura e limita
prisioneiro atrás
de homogêneas grades.
O papel ainda em branco
já me duvida a arte
e num impulso o espedaço
com tortuosas garras.
(Poesia de Iano salomão de Campos, do livro "Bissexto")
quinta-feira, 10 de junho de 2010
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Toriano, depois desta, vou parar de escrever...
ResponderExcluirMaravilha!
Por favor me dê este papel despeçado!
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