Quem sabe, de novo, a mesma musa,
Profana e confusa, dos meus vinte anos,
Agora com os cabelos da cor do
Sol nascente, se apossa de mim !
A gente se encontra, conversa,
Ri, bebe e versa sem conta.
E o mundo em volta passa a ser nada.
A alma se enleva, plena, purgada.
E até talvez, os mesmos personagens,
Os tantos quantos eu já fui,
Nos acompanhe nesta viagem.
- Fala do Amor ...
- Sai pôr si, derrama-se,
brota gota a gota, como o sangue de uma ferida.
- Da Morte ...
- É leve, se lhe pesa a vida.
- Da Dor ...
- Considere o verso acima.
- Da Vida ...
- De sobra conheço a vida,
Tanto para continuar errando a rima.
E vamos pela noite
Nos embriagando de prazer e graça.
Sentindo, vez pôr outra,
Gosto de sangue no fundo da taça.
E a Inspiração segue,
Petulante, linda, satânica, cruel.
Ninguém atinava, naquele momento,
Que eu estava bem pertinho do céu ...
(Baptistina, 1983)
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
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