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domingo, 29 de agosto de 2010

Onde estará você
nesse azul celeste
que amanhece
este dia saudoso?

Que recado traz de você
essa passarela de sol
que escorre sobre nosso leito
de solitário travesseiro?

Que música nossa sugere
esse vento macio
que sussurra promessas
de reencontros astrais?

Que chuva é esta
que, num dia de sol,
me molha o rosto
e traz gosto de mar?

Onde estão os seus braços
se este aperto no peito
tem jeito de abraço
do medo de chuva?

Eu acho que é tarde,
pois a tarde já vai
pela rua triste e molhada,
como se arrastasse um espelho.

Entre o branco do dia
e o negro da noite,
o ocaso ou seus cabelos
se o perfume é mesmo?

Onde está seu sorriso
nesta boca de céu
que engole outro dia
de busca e paixão?

Onde estará no infinito
seu infinito olhar,
se tantas estrelas eu conto
mas nenhuma me fita?

Por que você não vem
com a madrugada, como eu vinha,
se ansiosa me esperava
como me desespero agora?

Sol , noite, espelho,
leito, tarde, dor,
chuva, sal, estrela;

nada é norte,
tudo é morte!


(Iano Salomão e Campos, do livro "Bissexto")

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