Quebrou o espelho
que o envelhecia,
fechou a janela,
amordaçando as ruas,
escovou os dentes
e cuspiu mais um dia,
feito um conta-gotas
esvaindo a vida.
Tentou dormir,
mas anteviu a manhã
e o nó da gravata
e o elevador
e as profundezas
do cotidiano.
Preferiu, insone,
ter-se a si mesmo,
só e a salvo,
egoisticamente.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto").
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
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