Eu te encontrei
na curva
que nunca houve,
do rio que jamais existiu,
mas que, na parede,
jorra
da fonte do pincel,
que te faz nascente.
Ao pintor Funchal Garcia
(Iano Salomão de Campos, 'Bissexto')
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Um dia...
Hei de viver,
um dia,
totalmente feliz.
Mesmo que a alvorada
venha de clarins
e o Cruzeiro do Sul
deixe novamente a poesia
para incrustar-se nas armas.
Um dia...
Hei de ser,
um dia ,
totalmente livre;
livre até da liberdade concedida
por monges de faca sob os hábitos.
Um dia,
hei de viver
um dia,
totalmente!
(Iano Salomão de Campos, 'Bissexto')
Hei de viver,
um dia,
totalmente feliz.
Mesmo que a alvorada
venha de clarins
e o Cruzeiro do Sul
deixe novamente a poesia
para incrustar-se nas armas.
Um dia...
Hei de ser,
um dia ,
totalmente livre;
livre até da liberdade concedida
por monges de faca sob os hábitos.
Um dia,
hei de viver
um dia,
totalmente!
(Iano Salomão de Campos, 'Bissexto')
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Enfoque
Eu é que não sou
normal de querer
me deixar devorar
pela sanidade!
Agrada-me
a privacidade
que me concede
a discriminação.
Diverte-me
o medo
dos que me confinam
como se
a se protegerem
do meu igual
que carregam
no porão
de si próprios
Escondem-se
lá fora
do que eu
já não temo.
Fora e dentro,
questão de verniz,
por um triz!
Chego a pensar
que enlouquecer
é observar-se
do espelho
a estupidez
dos normais.
Eu, sou livre
para ser como quiser,
até mesmo...
Um louco!
Ah, sim,
as grades...
Isto depende
do enfoque!
(Iano Salomão de Campos,do livro "Bissexto")
normal de querer
me deixar devorar
pela sanidade!
Agrada-me
a privacidade
que me concede
a discriminação.
Diverte-me
o medo
dos que me confinam
como se
a se protegerem
do meu igual
que carregam
no porão
de si próprios
Escondem-se
lá fora
do que eu
já não temo.
Fora e dentro,
questão de verniz,
por um triz!
Chego a pensar
que enlouquecer
é observar-se
do espelho
a estupidez
dos normais.
Eu, sou livre
para ser como quiser,
até mesmo...
Um louco!
Ah, sim,
as grades...
Isto depende
do enfoque!
(Iano Salomão de Campos,do livro "Bissexto")
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Milonga del corcho
Cuándo estoy solo
No hay solamente dolor.
¡Hay peligro!
Sin abrigo,
extraño a todos.
Tengo ganas de saltar
Por la ventana que me mira,
después de los tres corchos.
Mientras permanezco
Me quedo en Montserrat
Espero tu beso
Sea porteño,
o desde mas allá del mar.
¡Pero no tengo nada ... a nadie!
El insomnio me consume.
Hay más plata en Minas.
Hay más sentimiento en mi alma.
Regreso, con falta de aliento,
Llorando una milonga
que ya no me pertenece más.
(Yussef, Buenos Aires, 09/2010)
No hay solamente dolor.
¡Hay peligro!
Sin abrigo,
extraño a todos.
Tengo ganas de saltar
Por la ventana que me mira,
después de los tres corchos.
Mientras permanezco
Me quedo en Montserrat
Espero tu beso
Sea porteño,
o desde mas allá del mar.
¡Pero no tengo nada ... a nadie!
El insomnio me consume.
Hay más plata en Minas.
Hay más sentimiento en mi alma.
Regreso, con falta de aliento,
Llorando una milonga
que ya no me pertenece más.
(Yussef, Buenos Aires, 09/2010)
Autorretrato
Hipermetrope? Míope.
Hipertenso? Sedento!
Hipersensível? Síncope.
Hipocondríaco? Alento...
Hipoglicêmico? Faminto!
Hipóxico? Não fumo.
Hipossuficiente? Aluno.
Hipócrita? Fingido!
Hipoteca? Falido.
Hipérbato? Invertido.
Hipérbole? Heroico!
Hipopótamo? Zoomórfico!
Hipertireóide? Indiferente.
Hipertexto? Calígrafo.
Hipertérmico? Caliente!
Hipertrófico? Fígado.
...
E 'pô' no seu copo? E pergunta ainda?
(Yussef Salomão, Buenos Aires, 17 de agosto de 2010).
Hipertenso? Sedento!
Hipersensível? Síncope.
Hipocondríaco? Alento...
Hipoglicêmico? Faminto!
Hipóxico? Não fumo.
Hipossuficiente? Aluno.
Hipócrita? Fingido!
Hipoteca? Falido.
Hipérbato? Invertido.
Hipérbole? Heroico!
Hipopótamo? Zoomórfico!
Hipertireóide? Indiferente.
Hipertexto? Calígrafo.
Hipertérmico? Caliente!
Hipertrófico? Fígado.
...
E 'pô' no seu copo? E pergunta ainda?
(Yussef Salomão, Buenos Aires, 17 de agosto de 2010).
Ode à Sogra
Não se dobra nem se engana
Muito menos se profana
O sentimento pela sogra.
Se toda ideia malogra
Ou se o carinho é de esgana
Que se consagre minha sogra.
De arrebate ou de retumba
que meu canto não oprima;
Nunca mais farei macumba
e fugirei da prima rima.
Sob uma coça de babucha
ou num acesso de pelagra
Declaro a paixão que me agrada
De ter como sogra uma bruxa.
(Yussef Salomão, 28/04/2010)
Muito menos se profana
O sentimento pela sogra.
Se toda ideia malogra
Ou se o carinho é de esgana
Que se consagre minha sogra.
De arrebate ou de retumba
que meu canto não oprima;
Nunca mais farei macumba
e fugirei da prima rima.
Sob uma coça de babucha
ou num acesso de pelagra
Declaro a paixão que me agrada
De ter como sogra uma bruxa.
(Yussef Salomão, 28/04/2010)
sábado, 2 de outubro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
Onde estará você
nesse azul celeste
que amanhece
este dia saudoso?
Que recado traz de você
essa passarela de sol
que escorre sobre nosso leito
de solitário travesseiro?
Que música nossa sugere
esse vento macio
que sussurra promessas
de reencontros astrais?
Que chuva é esta
que, num dia de sol,
me molha o rosto
e traz gosto de mar?
Onde estão os seus braços
se este aperto no peito
tem jeito de abraço
do medo de chuva?
Eu acho que é tarde,
pois a tarde já vai
pela rua triste e molhada,
como se arrastasse um espelho.
Entre o branco do dia
e o negro da noite,
o ocaso ou seus cabelos
se o perfume é mesmo?
Onde está seu sorriso
nesta boca de céu
que engole outro dia
de busca e paixão?
Onde estará no infinito
seu infinito olhar,
se tantas estrelas eu conto
mas nenhuma me fita?
Por que você não vem
com a madrugada, como eu vinha,
se ansiosa me esperava
como me desespero agora?
Sol , noite, espelho,
leito, tarde, dor,
chuva, sal, estrela;
nada é norte,
tudo é morte!
(Iano Salomão e Campos, do livro "Bissexto")
nesse azul celeste
que amanhece
este dia saudoso?
Que recado traz de você
essa passarela de sol
que escorre sobre nosso leito
de solitário travesseiro?
Que música nossa sugere
esse vento macio
que sussurra promessas
de reencontros astrais?
Que chuva é esta
que, num dia de sol,
me molha o rosto
e traz gosto de mar?
Onde estão os seus braços
se este aperto no peito
tem jeito de abraço
do medo de chuva?
Eu acho que é tarde,
pois a tarde já vai
pela rua triste e molhada,
como se arrastasse um espelho.
Entre o branco do dia
e o negro da noite,
o ocaso ou seus cabelos
se o perfume é mesmo?
Onde está seu sorriso
nesta boca de céu
que engole outro dia
de busca e paixão?
Onde estará no infinito
seu infinito olhar,
se tantas estrelas eu conto
mas nenhuma me fita?
Por que você não vem
com a madrugada, como eu vinha,
se ansiosa me esperava
como me desespero agora?
Sol , noite, espelho,
leito, tarde, dor,
chuva, sal, estrela;
nada é norte,
tudo é morte!
(Iano Salomão e Campos, do livro "Bissexto")
Perdoa se não fui forte
como exigia o momento
em que,
no embate com a morte,
fui mais frágil,
fui mais lento.
Perdoa não ser capaz
de milagre, ou de magia
que nos devolvesse a paz
e a tua vida, Maria.
............................................
Perdoa por não ter feito teus
os que então restavam dos meus dias.
Perdoa por não transformar-me em Deus
no momento trágico em que morrias!
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto")
como exigia o momento
em que,
no embate com a morte,
fui mais frágil,
fui mais lento.
Perdoa não ser capaz
de milagre, ou de magia
que nos devolvesse a paz
e a tua vida, Maria.
............................................
Perdoa por não ter feito teus
os que então restavam dos meus dias.
Perdoa por não transformar-me em Deus
no momento trágico em que morrias!
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto")
sábado, 28 de agosto de 2010
Instante
Besos en los pies
Sangre en la boca
Vino en la vena
Cabeza perdida
Sentimientos cambiantes
Ganas de vivir
Cenizas en la palma de la mano
Futuro fluctuante
Solamente un instante
Inconstante.
(Danielle do Carmo, http://dellcarmo.blogspot.com/search?updated-min=2010-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2011-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=6)
Sangre en la boca
Vino en la vena
Cabeza perdida
Sentimientos cambiantes
Ganas de vivir
Cenizas en la palma de la mano
Futuro fluctuante
Solamente un instante
Inconstante.
(Danielle do Carmo, http://dellcarmo.blogspot.com/search?updated-min=2010-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2011-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=6)
A saga dos cegos
A Saga dos Cegos I
O maior cego é aquele que não quer ver. (dito popular)
O pior é o que sempre viu.
O mais sensato é o que fechou os olhos.
A Saga dos Cegos II
E os dias mais dias, as vidas mais vivas - você mais perto. Enxergo, não nego, mas, sou guiado pela emoção, esta, sim, a mais clara visão.
A Saga dos Cegos III
O mais cego dos cegos é aquele que mentiram para ele.
(Moysés Siqueira, http://palavrasnasveias.blogspot.com/2009/03/saga-dos-cegos-i-o-maior-cego-e-aquele.html)
O maior cego é aquele que não quer ver. (dito popular)
O pior é o que sempre viu.
O mais sensato é o que fechou os olhos.
A Saga dos Cegos II
E os dias mais dias, as vidas mais vivas - você mais perto. Enxergo, não nego, mas, sou guiado pela emoção, esta, sim, a mais clara visão.
A Saga dos Cegos III
O mais cego dos cegos é aquele que mentiram para ele.
(Moysés Siqueira, http://palavrasnasveias.blogspot.com/2009/03/saga-dos-cegos-i-o-maior-cego-e-aquele.html)
terça-feira, 24 de agosto de 2010
DD
Dentre dicas diatônicas
Dóceis Drummondianas
Dúvidas destacáveis:
Dissonante doravante?
Desastrosos descompassos?
De repente diz-me, dilaceradamente
Deixe dactilar dó-a-dó, dia-a-dia
Debulhando dedos devidos
Dezenas de dados, diretrizes
Desordenados e decorrentes
De cor, declinantes e derivados.
Deduzíveis, dedicados e deferentes.
Déficit, definha! Deleta deveras demente.
Demoníaco dentre denegridos dizeres.
Devo, denominadamente
Deleitável denúncia
De desabafar desacorde dito
Diversificadas doses e ditosos destaques:
Daniel, drunk, dedico!
Yussef Salomão, BsAs, 23 de agosto de 2010
Dóceis Drummondianas
Dúvidas destacáveis:
Dissonante doravante?
Desastrosos descompassos?
De repente diz-me, dilaceradamente
Deixe dactilar dó-a-dó, dia-a-dia
Debulhando dedos devidos
Dezenas de dados, diretrizes
Desordenados e decorrentes
De cor, declinantes e derivados.
Deduzíveis, dedicados e deferentes.
Déficit, definha! Deleta deveras demente.
Demoníaco dentre denegridos dizeres.
Devo, denominadamente
Deleitável denúncia
De desabafar desacorde dito
Diversificadas doses e ditosos destaques:
Daniel, drunk, dedico!
Yussef Salomão, BsAs, 23 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Amo-te como quem toca um violão:
Em silêncio, em harmonia,
Mesmo dissonante na menor melodia
À luz do dia com a alma errante.
Acaricio teus cabelos como se cordas fossem,
Afago-te os seios como em um acorde trôpego,
Envolvo-te em meus braços num encaixe perfeito,
Feito isso, mergulho em teus lábios, já sem fôlego.
Amo-te como um sopro ao vento,
Contribuição inócua própria dos amantes,
Mas repleto de canção, dor e lamento,
Triste pela nota dispersa em vão assobio.
Assim, adio meu tormento,
Cancelo meu sorriso,
Caminho sujo, tonto e vadio
E divulgo todo meu sofrimento.
Amo-te, simplesmente, amo-te.
Distante porque amo-te.
Perdido já que amo-te.
E, assim, sofro, castigo-me e puno-me.
Ainda amo-te.
Yussef, 12/09/2009 – Pelotas-RS
Em silêncio, em harmonia,
Mesmo dissonante na menor melodia
À luz do dia com a alma errante.
Acaricio teus cabelos como se cordas fossem,
Afago-te os seios como em um acorde trôpego,
Envolvo-te em meus braços num encaixe perfeito,
Feito isso, mergulho em teus lábios, já sem fôlego.
Amo-te como um sopro ao vento,
Contribuição inócua própria dos amantes,
Mas repleto de canção, dor e lamento,
Triste pela nota dispersa em vão assobio.
Assim, adio meu tormento,
Cancelo meu sorriso,
Caminho sujo, tonto e vadio
E divulgo todo meu sofrimento.
Amo-te, simplesmente, amo-te.
Distante porque amo-te.
Perdido já que amo-te.
E, assim, sofro, castigo-me e puno-me.
Ainda amo-te.
Yussef, 12/09/2009 – Pelotas-RS
Cadência, amor, cadência!
Exige-me vagar e paciência,
pé ante pé no furor de meu amor,
ansioso, valente e cheio de despudor
na espera, apesar de sua indolência.
Furto-te, agora, horas e beijos
Como investimento nos dias porvir
e com o pensamento em meu devir
a saber que sem ti todo me aleijo.
Cadência, amor, cadência?
Nosso amor não é samba-canção,
que se constrói em valores vadios,
em arrependimentos tardios
ou em convulsões do coração.
Embora os entraves passados,
não há de vingar toda aquela dor
deixe teu carinho e sorriso desatados
e corre para os meus braços repleta de amor.
Yussef Salomão, 25/09/2009
Exige-me vagar e paciência,
pé ante pé no furor de meu amor,
ansioso, valente e cheio de despudor
na espera, apesar de sua indolência.
Furto-te, agora, horas e beijos
Como investimento nos dias porvir
e com o pensamento em meu devir
a saber que sem ti todo me aleijo.
Cadência, amor, cadência?
Nosso amor não é samba-canção,
que se constrói em valores vadios,
em arrependimentos tardios
ou em convulsões do coração.
Embora os entraves passados,
não há de vingar toda aquela dor
deixe teu carinho e sorriso desatados
e corre para os meus braços repleta de amor.
Yussef Salomão, 25/09/2009
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Canção: UM BLUES PRA VOCÊ CHORAR (Alex Vaz)
Pediu pra eu esquecer
Pega e some de vez
Sem saber que assim era pior
Tá certo que eu pisei na bola, tudo bem
Mas o teu amor não é esmola
Pra quem te trata bem
E tua vida virtual só te deixou na mão
O teu amor não é normal
Ele é ponto com
Não pense que fiquei triste
Pensando em te ligar
Eu preferi fazer um blues pra você chorar um pouquinho por mim
Um blues pra você chorar um pouquinho por mim
Que tudo esteja certo
Boa sorte dessa vez
E quando eu estiver perto, procure não me ver
Se a minha felicidade te incomoda
O que eu posso fazer?
Fuja!
Tente viver e ver que tua vida virtual só te deixou na mão
O teu amor não é normal
Ele é ponto com
Não pense que eu fiquei triste
Pensando em te ligar
Eu preferi fazer um blues pra você chorar um pouquinho por mim
Um blues pra você chorar um pouquinho por mim
(ouça essa música da Canastra Suja em http://www.canastrasuja.com/)
Pega e some de vez
Sem saber que assim era pior
Tá certo que eu pisei na bola, tudo bem
Mas o teu amor não é esmola
Pra quem te trata bem
E tua vida virtual só te deixou na mão
O teu amor não é normal
Ele é ponto com
Não pense que fiquei triste
Pensando em te ligar
Eu preferi fazer um blues pra você chorar um pouquinho por mim
Um blues pra você chorar um pouquinho por mim
Que tudo esteja certo
Boa sorte dessa vez
E quando eu estiver perto, procure não me ver
Se a minha felicidade te incomoda
O que eu posso fazer?
Fuja!
Tente viver e ver que tua vida virtual só te deixou na mão
O teu amor não é normal
Ele é ponto com
Não pense que eu fiquei triste
Pensando em te ligar
Eu preferi fazer um blues pra você chorar um pouquinho por mim
Um blues pra você chorar um pouquinho por mim
(ouça essa música da Canastra Suja em http://www.canastrasuja.com/)
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Canção: Um brinde (Roberto Sousa/Iano Salomão)
Um brinde a vida
E a emoção.
Ao sorriso,
Aos amigos,
Aos felizes de plantão.
Um brinde a toda ferida,
Aberta nas pedras da vida,
Um brinde a quem já sangrou de paixão.
Um brinde a quem
Conviveu com o não.
Com dedo em riste,
E não desiste
De assumir a contramão.
Um brinde ao amor, se ele existe.
Um brinde ao poeta, se triste.
Segundo Vinícius, a definição.
Um brinde a quem se casou
Com a saudade,
E trai com a felicidade
Um brinde a quem canta o amor
Seja por que ou quem for
Um brinde ao nosso compositor.
E a emoção.
Ao sorriso,
Aos amigos,
Aos felizes de plantão.
Um brinde a toda ferida,
Aberta nas pedras da vida,
Um brinde a quem já sangrou de paixão.
Um brinde a quem
Conviveu com o não.
Com dedo em riste,
E não desiste
De assumir a contramão.
Um brinde ao amor, se ele existe.
Um brinde ao poeta, se triste.
Segundo Vinícius, a definição.
Um brinde a quem se casou
Com a saudade,
E trai com a felicidade
Um brinde a quem canta o amor
Seja por que ou quem for
Um brinde ao nosso compositor.
Muito a dizer
Seria quase fatídico. Qualquer posição de cunho autárquico, se tornaria semântica, ou quase reciprocamente unilateral. Ninguém queria isto.
Muito mais correto seria, se liberar as contingências vigentes naquele momento. Edificaria, de uma forma ou de outra, sem problemas para todos nós.
Mas há sempre aqueles que, sorrateiramente, coaxam leis uterinas, buscando nos levar as raias da pertinência bucólica, só com interesses espasmódicos ou líricos. Mais uma vez, não interessava a nenhum de nós. Casuísmo? - Vaticínio? - Anfibismo? - não, somente a demagogia pedagógica dos envolvimentos, como um subterfúgio, que só as mentes que têm vernáculos escusos nos ousam falar. Não, definitivamente, não!
Mas vida que segue. São híbridos fecundos de uma só opinião pluralista. São usuários pertinentes dos devaneios marxistas. Corja de croatas.
Se eles soubessem que o dogma é uma artrose condensadora, seriam mais prolixos, menos cosmopolitas. Sobraria solidariedade na plenitude do desenvolvimento arcaico, sem pena de perder o conforto de uma vida de cunho social, eminentemente isolada dos homens.
Mas não serei eu a emitir a primeira pedra. Estou a margem do egocentrismo que envolve as nuances perigosas das personalidades cabalísticas que nos rodeiam. Cuidado, você! - os eunucos discrepantes estão aí ! - os pinçadores de maneirismos, podem deixá-lo isento da liberdade hipócrita, e pior, exarcebá-lo, desde as entranhas, ao ápice de sua velhice pueril, tão sofrida, tão efêmera, como a deste que vos fala ...
(Baptistinha)
Muito mais correto seria, se liberar as contingências vigentes naquele momento. Edificaria, de uma forma ou de outra, sem problemas para todos nós.
Mas há sempre aqueles que, sorrateiramente, coaxam leis uterinas, buscando nos levar as raias da pertinência bucólica, só com interesses espasmódicos ou líricos. Mais uma vez, não interessava a nenhum de nós. Casuísmo? - Vaticínio? - Anfibismo? - não, somente a demagogia pedagógica dos envolvimentos, como um subterfúgio, que só as mentes que têm vernáculos escusos nos ousam falar. Não, definitivamente, não!
Mas vida que segue. São híbridos fecundos de uma só opinião pluralista. São usuários pertinentes dos devaneios marxistas. Corja de croatas.
Se eles soubessem que o dogma é uma artrose condensadora, seriam mais prolixos, menos cosmopolitas. Sobraria solidariedade na plenitude do desenvolvimento arcaico, sem pena de perder o conforto de uma vida de cunho social, eminentemente isolada dos homens.
Mas não serei eu a emitir a primeira pedra. Estou a margem do egocentrismo que envolve as nuances perigosas das personalidades cabalísticas que nos rodeiam. Cuidado, você! - os eunucos discrepantes estão aí ! - os pinçadores de maneirismos, podem deixá-lo isento da liberdade hipócrita, e pior, exarcebá-lo, desde as entranhas, ao ápice de sua velhice pueril, tão sofrida, tão efêmera, como a deste que vos fala ...
(Baptistinha)
Dez do Dois
Caro Dr. Iano,
Meu mais novo
Amigo de infância.
Deus permita que esse ano,
Sua rima, rime comigo.
Nem que seja na ânsia.
Mais uma
Na Parede,
Não é ode à Vitória.
Mais instiga nossa sede,
Mais onera a nossa história.
Sorrindo dos nossos tropeços,
A vida sempre nos perdoa.
Ela sabe que há vários começos.
E o final, é sempre numa boa.
O dia de hoje,
Só vale para a certidão.
A gente nasce todo dia.
Morre, durante.
Mas ressuscita na noite.
Um abraço, se te dão,
Toma lá o nosso, também:
Alice, Bruno e Maíra,
Alexandre, Roberto e Amém.
(Baptitstnha)
Meu mais novo
Amigo de infância.
Deus permita que esse ano,
Sua rima, rime comigo.
Nem que seja na ânsia.
Mais uma
Na Parede,
Não é ode à Vitória.
Mais instiga nossa sede,
Mais onera a nossa história.
Sorrindo dos nossos tropeços,
A vida sempre nos perdoa.
Ela sabe que há vários começos.
E o final, é sempre numa boa.
O dia de hoje,
Só vale para a certidão.
A gente nasce todo dia.
Morre, durante.
Mas ressuscita na noite.
Um abraço, se te dão,
Toma lá o nosso, também:
Alice, Bruno e Maíra,
Alexandre, Roberto e Amém.
(Baptitstnha)
Muitos, são poucos
Quando se confrontam.
Se tornam loucos.
O berro vira sussurro.
Os olhos no chão.
As mãos se procuram,
Num ato inseguro.
Poucos, são muitos,
Quando se encontram.
O silêncio é um grito.
Um soco no queixo.
O pé, no colo desse chão,
Afaga a terra feito mão.
- Não quero, não deixo !
Muitos, são muitos,
Para muito poucos.
(Baptistinha, 1968)
Quando se confrontam.
Se tornam loucos.
O berro vira sussurro.
Os olhos no chão.
As mãos se procuram,
Num ato inseguro.
Poucos, são muitos,
Quando se encontram.
O silêncio é um grito.
Um soco no queixo.
O pé, no colo desse chão,
Afaga a terra feito mão.
- Não quero, não deixo !
Muitos, são muitos,
Para muito poucos.
(Baptistinha, 1968)
Você duvida?
A Vida, amiga, não é água com açúcar
É luta, é guerra com petardo de bazuca
Sujeita a tombo, cacetada e esparrela
E você pensa que eu não faço gosto dela ?
Onda caixote, dessas que roubam calção,
Agulha e linha pra quem tem vista cansada,
Sol de meio dia pra cacunda branquicela
E você pensa que eu não faço gosto dela ?
Batata quente, sem bebida ao alcance,
Bola na área, gol perdido num relance,
É mordida na língua, é pingo de vela
E você pensa que eu não faço gosto dela ?
Chefe zangado, empregado indolente,
Papo de gente burra, que se acha inteligente,
Faca nas costas, gargalhada amarela,
E você pensa que eu não faço gosto dela ?
Imprevisível, é vontade de mulher.
Jogo de azar, esperar volta da sorte
Qualquer hora passa o bastão pra morte
Esta sim, amiga, eu não faço gosto dela ...
(Baptistinha, 1977)
É luta, é guerra com petardo de bazuca
Sujeita a tombo, cacetada e esparrela
E você pensa que eu não faço gosto dela ?
Onda caixote, dessas que roubam calção,
Agulha e linha pra quem tem vista cansada,
Sol de meio dia pra cacunda branquicela
E você pensa que eu não faço gosto dela ?
Batata quente, sem bebida ao alcance,
Bola na área, gol perdido num relance,
É mordida na língua, é pingo de vela
E você pensa que eu não faço gosto dela ?
Chefe zangado, empregado indolente,
Papo de gente burra, que se acha inteligente,
Faca nas costas, gargalhada amarela,
E você pensa que eu não faço gosto dela ?
Imprevisível, é vontade de mulher.
Jogo de azar, esperar volta da sorte
Qualquer hora passa o bastão pra morte
Esta sim, amiga, eu não faço gosto dela ...
(Baptistinha, 1977)
Minha Sen-hora Inspiração
Quem sabe, de novo, a mesma musa,
Profana e confusa, dos meus vinte anos,
Agora com os cabelos da cor do
Sol nascente, se apossa de mim !
A gente se encontra, conversa,
Ri, bebe e versa sem conta.
E o mundo em volta passa a ser nada.
A alma se enleva, plena, purgada.
E até talvez, os mesmos personagens,
Os tantos quantos eu já fui,
Nos acompanhe nesta viagem.
- Fala do Amor ...
- Sai pôr si, derrama-se,
brota gota a gota, como o sangue de uma ferida.
- Da Morte ...
- É leve, se lhe pesa a vida.
- Da Dor ...
- Considere o verso acima.
- Da Vida ...
- De sobra conheço a vida,
Tanto para continuar errando a rima.
E vamos pela noite
Nos embriagando de prazer e graça.
Sentindo, vez pôr outra,
Gosto de sangue no fundo da taça.
E a Inspiração segue,
Petulante, linda, satânica, cruel.
Ninguém atinava, naquele momento,
Que eu estava bem pertinho do céu ...
(Baptistina, 1983)
Profana e confusa, dos meus vinte anos,
Agora com os cabelos da cor do
Sol nascente, se apossa de mim !
A gente se encontra, conversa,
Ri, bebe e versa sem conta.
E o mundo em volta passa a ser nada.
A alma se enleva, plena, purgada.
E até talvez, os mesmos personagens,
Os tantos quantos eu já fui,
Nos acompanhe nesta viagem.
- Fala do Amor ...
- Sai pôr si, derrama-se,
brota gota a gota, como o sangue de uma ferida.
- Da Morte ...
- É leve, se lhe pesa a vida.
- Da Dor ...
- Considere o verso acima.
- Da Vida ...
- De sobra conheço a vida,
Tanto para continuar errando a rima.
E vamos pela noite
Nos embriagando de prazer e graça.
Sentindo, vez pôr outra,
Gosto de sangue no fundo da taça.
E a Inspiração segue,
Petulante, linda, satânica, cruel.
Ninguém atinava, naquele momento,
Que eu estava bem pertinho do céu ...
(Baptistina, 1983)
Enha!!
Eu esperei das sete e meia
Às nove e meia
Falando no seu nome
E de cronômetro na mão
Cada batida, ti-li-lim
Do telefone,
Saía do compasso
O meu pobre coração
Por aquela porta,
Que se abria toda hora,
Saía minha vida, pouco à pouco,
Deixando a alma de plantão
Quem já passou por isso,
Tem noção do sofrimento
E sabe que é bem melhor
Não se fazer um juramento
Amor eterno,
Passaporte pro inferno
E você não entra pela porta
Acho que já nem mais importa
Agora mesmo é que
Eu não quero que você venha
Descobri outra você
Ali naquela mesa, enha !!
(Baptistinha, 1990)
Às nove e meia
Falando no seu nome
E de cronômetro na mão
Cada batida, ti-li-lim
Do telefone,
Saía do compasso
O meu pobre coração
Por aquela porta,
Que se abria toda hora,
Saía minha vida, pouco à pouco,
Deixando a alma de plantão
Quem já passou por isso,
Tem noção do sofrimento
E sabe que é bem melhor
Não se fazer um juramento
Amor eterno,
Passaporte pro inferno
E você não entra pela porta
Acho que já nem mais importa
Agora mesmo é que
Eu não quero que você venha
Descobri outra você
Ali naquela mesa, enha !!
(Baptistinha, 1990)
Poeta No-Turno
Em meio a madruga,
Um vulto seminu,
Com uma tosse taluda,
Peteleca uma binga,
Que salta da janela
Como um vaga-lume suicida.
O ar da noite, suga,
Puro Feijão Cru.
Fareja, talvez, a tartaruga.
- Meleca de catinga !
Some na luz que há nela.
Inda não é a despedida
Volta, com certeza.
Solta um putamerda !
Pintou a inspiração,
Ou pela falta dela.
Levanta da telinha
Roda e deságua na janela
Volta, com firmeza.
Outro putamerda !
Faz frio, faz não.
Um poema ou ela ?
Desliga a telinha.
Roda e deságua dentro dela.
(Baptistinha, 1995)
Um vulto seminu,
Com uma tosse taluda,
Peteleca uma binga,
Que salta da janela
Como um vaga-lume suicida.
O ar da noite, suga,
Puro Feijão Cru.
Fareja, talvez, a tartaruga.
- Meleca de catinga !
Some na luz que há nela.
Inda não é a despedida
Volta, com certeza.
Solta um putamerda !
Pintou a inspiração,
Ou pela falta dela.
Levanta da telinha
Roda e deságua na janela
Volta, com firmeza.
Outro putamerda !
Faz frio, faz não.
Um poema ou ela ?
Desliga a telinha.
Roda e deságua dentro dela.
(Baptistinha, 1995)
Ai esses seus 28!
Me deixam tão afoito
Que enxergo neles
Vultos de predestinação!
O “2” somos nós:
Pele e ferida,
Verso e o outro lado,
Maça e mordida.
Boca e beijo,
Tejo e Fado,
Tango e Desejo.
O “8” é o coringa:
Deite-o e terá o infinito
Ou par de óculos
Ou algema de milico.
Umbigos roçados
De casal em ósculos
Ardentes e escamoteados.
Vejo sim nós “2”
Em inúmeras danças
Com um “8” deitado
Tal qual par de alianças.
(Yussef Salomão, 06 de maio de 2010).
Me deixam tão afoito
Que enxergo neles
Vultos de predestinação!
O “2” somos nós:
Pele e ferida,
Verso e o outro lado,
Maça e mordida.
Boca e beijo,
Tejo e Fado,
Tango e Desejo.
O “8” é o coringa:
Deite-o e terá o infinito
Ou par de óculos
Ou algema de milico.
Umbigos roçados
De casal em ósculos
Ardentes e escamoteados.
Vejo sim nós “2”
Em inúmeras danças
Com um “8” deitado
Tal qual par de alianças.
(Yussef Salomão, 06 de maio de 2010).
Quebrou o espelho
que o envelhecia,
fechou a janela,
amordaçando as ruas,
escovou os dentes
e cuspiu mais um dia,
feito um conta-gotas
esvaindo a vida.
Tentou dormir,
mas anteviu a manhã
e o nó da gravata
e o elevador
e as profundezas
do cotidiano.
Preferiu, insone,
ter-se a si mesmo,
só e a salvo,
egoisticamente.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto").
que o envelhecia,
fechou a janela,
amordaçando as ruas,
escovou os dentes
e cuspiu mais um dia,
feito um conta-gotas
esvaindo a vida.
Tentou dormir,
mas anteviu a manhã
e o nó da gravata
e o elevador
e as profundezas
do cotidiano.
Preferiu, insone,
ter-se a si mesmo,
só e a salvo,
egoisticamente.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto").
terça-feira, 3 de agosto de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
A vida é minha!
Pt, saudações.
Se a morte pintar,
todos serão unânimes
em reconhecê-la minha.
MINHA!
Ninguém será autor
de demanda,
processo judicial
(direitos autorais, plágio,
apropriação indébita,
reintegração de posse),
data vênia,
outras babaquices.
Se quiserem fazer por mim,
providenciem, depressa,
cigarros e oxigênio
(nesta ordem, aos caminhões),
mas, em primeiro lugar,
um livro do Bandeira.
Fui confuso?
Então, placidamente,
como bons cristãos,
saiam!
Ah,
tragam outro cinzeiro
(para mim).
Se ela realmente pintar,
fatalmente serei cinza.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto")
Pt, saudações.
Se a morte pintar,
todos serão unânimes
em reconhecê-la minha.
MINHA!
Ninguém será autor
de demanda,
processo judicial
(direitos autorais, plágio,
apropriação indébita,
reintegração de posse),
data vênia,
outras babaquices.
Se quiserem fazer por mim,
providenciem, depressa,
cigarros e oxigênio
(nesta ordem, aos caminhões),
mas, em primeiro lugar,
um livro do Bandeira.
Fui confuso?
Então, placidamente,
como bons cristãos,
saiam!
Ah,
tragam outro cinzeiro
(para mim).
Se ela realmente pintar,
fatalmente serei cinza.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto")
segunda-feira, 5 de julho de 2010
É o fim.
Sem você, sem ninguém, nem mim mesmo.
As tripas do tempo estremecem.
Um ronco divino anuncia o que está por vir.
É o fim, proclama o jornaleiro! Não, ainda não é.
Só mais uma campanha de marketing divino.
Deus ainda não digeriu este problema.
Mandou o dia ficar assim – tão avesso.
As estações viraram meses. Os meses, horas.
As horas, solidão.
Esta solidão, palavras.
Moysés Siqueira
Sem você, sem ninguém, nem mim mesmo.
As tripas do tempo estremecem.
Um ronco divino anuncia o que está por vir.
É o fim, proclama o jornaleiro! Não, ainda não é.
Só mais uma campanha de marketing divino.
Deus ainda não digeriu este problema.
Mandou o dia ficar assim – tão avesso.
As estações viraram meses. Os meses, horas.
As horas, solidão.
Esta solidão, palavras.
Moysés Siqueira
domingo, 4 de julho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Depois da festa,
nada tinha a dizer,
só que o mundo acabou.
Completava trinta e oito
embora não fizesse um quatro.
Apontei minha idade
direto prá testa.
Girou a roleta,
girou a vida,
girou o acaso,
girou o tambor,
girou o ocaso
e o mundo acabou.
.................................
Hoje
é tanto tempo!
E ontem
eu já era velho.
...........................................
Já me acostumei a morrer!
O coração prega peças
de pragmatismo sádico.
Feito torturador, que,
repetidas vezes,
ordena
e, à última hora,
suspende
o fuzilamento.
Tiros no peito.
Tiros do peito.
Espera no paredão.
Espera na UTI.
Volta para a vida.
Volta para a luta.
A sobrevivência.
A ideologia.
O iminente fim
por um fim eminente.
O ditador imita o tempo:
exaure, anula, mas passa.
O coração dubla o relógio,
e pode ficar entre o tic e o tac.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto")
nada tinha a dizer,
só que o mundo acabou.
Completava trinta e oito
embora não fizesse um quatro.
Apontei minha idade
direto prá testa.
Girou a roleta,
girou a vida,
girou o acaso,
girou o tambor,
girou o ocaso
e o mundo acabou.
.................................
Hoje
é tanto tempo!
E ontem
eu já era velho.
...........................................
Já me acostumei a morrer!
O coração prega peças
de pragmatismo sádico.
Feito torturador, que,
repetidas vezes,
ordena
e, à última hora,
suspende
o fuzilamento.
Tiros no peito.
Tiros do peito.
Espera no paredão.
Espera na UTI.
Volta para a vida.
Volta para a luta.
A sobrevivência.
A ideologia.
O iminente fim
por um fim eminente.
O ditador imita o tempo:
exaure, anula, mas passa.
O coração dubla o relógio,
e pode ficar entre o tic e o tac.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto")
sábado, 26 de junho de 2010
SAMBA DO DESCOMPASSO
Acaso ela não volte.......
não esqueça o tamborim.
Caso acordes desafinados,
num pretenso “cavaquim”!
Traga farta cerveja gelada.
Traga também um ombro amigo.
Traga toda a amargura.
Traga dor dum samba`guerrido.
Afine descompasso com sutileza.
Abrace a cerva sobre a mesa.
Assine o samba da tristeza.
Arraste o gingado sem destreza.
Atraía o som da melancolia.
Abstraia luxúria e fidalguia.
Extraia do cavaco nostalgia.
No solitário palco à boemia.
E quando o desalento tamborim,
subtrair toda a esperança.
E quando do pretenso fim,
não merecer última dança.
E quando o adeus do Querubim,
for a última lembrança.
Procure na incerteza da vida,
algo que a razão não alcança.
E se da porta escurecida,
desgastada do jazigo...
surgir de modo repentino,
formoso rosto conhecido...
Trazendo na bagagem da vida,
chama de amor antigo....
Que durante prematura infância,
fez juras de amor comigo!
Quem sabe o agonizante samba,
não acelere o tamborim.
Quem sabe o puxador,
não cante O Amor enfim.
Quem sabe a vistosa sambista,
não se engrace pra mim
Quem sabe o samba pulsante
Traga a vida, inusitado fim!!!!!
(Felipe Morais Barbosa)
não esqueça o tamborim.
Caso acordes desafinados,
num pretenso “cavaquim”!
Traga farta cerveja gelada.
Traga também um ombro amigo.
Traga toda a amargura.
Traga dor dum samba`guerrido.
Afine descompasso com sutileza.
Abrace a cerva sobre a mesa.
Assine o samba da tristeza.
Arraste o gingado sem destreza.
Atraía o som da melancolia.
Abstraia luxúria e fidalguia.
Extraia do cavaco nostalgia.
No solitário palco à boemia.
E quando o desalento tamborim,
subtrair toda a esperança.
E quando do pretenso fim,
não merecer última dança.
E quando o adeus do Querubim,
for a última lembrança.
Procure na incerteza da vida,
algo que a razão não alcança.
E se da porta escurecida,
desgastada do jazigo...
surgir de modo repentino,
formoso rosto conhecido...
Trazendo na bagagem da vida,
chama de amor antigo....
Que durante prematura infância,
fez juras de amor comigo!
Quem sabe o agonizante samba,
não acelere o tamborim.
Quem sabe o puxador,
não cante O Amor enfim.
Quem sabe a vistosa sambista,
não se engrace pra mim
Quem sabe o samba pulsante
Traga a vida, inusitado fim!!!!!
(Felipe Morais Barbosa)
quarta-feira, 23 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Hoje é domingo
e estou só.
Lá fora brilha a vida.
Os bares se enchem
e as garrafas se esvaziam.
Namorados se encontram
e se perdem em abraços.
Freneticamente se utilizam
de um dia não útil.
O domingo embriaga
e o calor abafa.
O homem sorri
o que chorou na semana.
Espera a missa das sete
e toma o porre das oito.
Lamenta o correr das horas
que se arrastam na semana.
Maldito operário do tempo
que só se esforça aos domingos!
No meu apartamento
o relógio boceja.
O brilho da vida
nem dá sinal de vida.
Porque estou só.
E não há domingo que resista
à solidão de um pessimista.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto")
e estou só.
Lá fora brilha a vida.
Os bares se enchem
e as garrafas se esvaziam.
Namorados se encontram
e se perdem em abraços.
Freneticamente se utilizam
de um dia não útil.
O domingo embriaga
e o calor abafa.
O homem sorri
o que chorou na semana.
Espera a missa das sete
e toma o porre das oito.
Lamenta o correr das horas
que se arrastam na semana.
Maldito operário do tempo
que só se esforça aos domingos!
No meu apartamento
o relógio boceja.
O brilho da vida
nem dá sinal de vida.
Porque estou só.
E não há domingo que resista
à solidão de um pessimista.
(Iano Salomão de Campos, do livro "Bissexto")
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Consequências do vinho
Vinho,
Doce suor de uma fruta,
Transforma cama em ninho.
Vinho,
Fazes da moça bruta
Mulher só de carinho
(Iriê Jr)
Doce suor de uma fruta,
Transforma cama em ninho.
Vinho,
Fazes da moça bruta
Mulher só de carinho
(Iriê Jr)
Encanto e realidade
“Thiago de Mello, 82 anos, o grande poeta brasileiro esqueceu num táxi, no Leblon, quinta passada, a carteira com documentos e dinheiro e, veja só, um poema inédito” Ancelmo Gois
Meu Deus! O poeta esqueceu o poema.
Virou notícia! “Poeta esquece inédito poema de amor, dentro do táxi”
Como pode poeta esquecer o leite das crianças, o beijo da mulher,
a palavra presente, deixar tudo em cima do banco. Quem tocará no poema?
Poderia ter perdido a cabeça, jamais, jamais, o coração.
Quem era a amada, que ficou esperando na janela a declamação de um verso?
A princesa de que reino deixou de receber flores e estrofes de um cavaleiro apaixonado?
Em que estava pensando quando seguiu o correr da vida, e desleixou-se de sua ventura.
Quem encontrar flores, lágrimas, borboletas, pássaros, princesas, dentro do táxi junto com um poema, devolva ao poeta. Devolva!
É caso de vida ou morte. Ou pior, é caso de amor.
Iriê Jr. 10 de junho de 2008
Meu Deus! O poeta esqueceu o poema.
Virou notícia! “Poeta esquece inédito poema de amor, dentro do táxi”
Como pode poeta esquecer o leite das crianças, o beijo da mulher,
a palavra presente, deixar tudo em cima do banco. Quem tocará no poema?
Poderia ter perdido a cabeça, jamais, jamais, o coração.
Quem era a amada, que ficou esperando na janela a declamação de um verso?
A princesa de que reino deixou de receber flores e estrofes de um cavaleiro apaixonado?
Em que estava pensando quando seguiu o correr da vida, e desleixou-se de sua ventura.
Quem encontrar flores, lágrimas, borboletas, pássaros, princesas, dentro do táxi junto com um poema, devolva ao poeta. Devolva!
É caso de vida ou morte. Ou pior, é caso de amor.
Iriê Jr. 10 de junho de 2008
sábado, 12 de junho de 2010
O sábado prometia:
Sol de outono,
Dois jogos na TV,
Saldo checado,
Engradado no gelo,
Patroa cordata
(solfejo, tira-gosto)
Aposentadoria.
Burro na sombra.
Final, afinal!
Campainha.
Que susto!
Quem será?
Estréio sessenta...
a ceifadeira já?
O final?
Que anacrônico!
Ou seria:
Um cobrador? Não devo.
Carteiro? Em greve.
O vizinho? Mudou-se.
Um marido? Parei.
Praga rogada? Outra?
A vingança? Faz calor.
O castigo? Mereço.
O Jece Valadão? Nem tanto!
O azar? Esconjuro.
O Destino? Temo.
A vida? Navego.
O porto? Importa.
Aporta? Atendo.
Agora? Agora.
Ah, o amigo! Pelica!
(Iano Salomão de Campos)
Sol de outono,
Dois jogos na TV,
Saldo checado,
Engradado no gelo,
Patroa cordata
(solfejo, tira-gosto)
Aposentadoria.
Burro na sombra.
Final, afinal!
Campainha.
Que susto!
Quem será?
Estréio sessenta...
a ceifadeira já?
O final?
Que anacrônico!
Ou seria:
Um cobrador? Não devo.
Carteiro? Em greve.
O vizinho? Mudou-se.
Um marido? Parei.
Praga rogada? Outra?
A vingança? Faz calor.
O castigo? Mereço.
O Jece Valadão? Nem tanto!
O azar? Esconjuro.
O Destino? Temo.
A vida? Navego.
O porto? Importa.
Aporta? Atendo.
Agora? Agora.
Ah, o amigo! Pelica!
(Iano Salomão de Campos)
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Canção
A Mão e a Luva (Yussef Salomão/ Iriê Jr)
Am7 Am7/G
Não, não adianta ser
Dm7
Somente a mão e a luva,
E7 Am7 Am7/G
Achar que o vento sempre faz a mesma curva,
Bm7 (5b) E7
É como num’água turva,
E7
Querer si ver
Am7 Am7/G
Não, não é só depender
Dm7
De soltar das correntes
E7 Am7
Sem o sol não vejo o céu à minha frente
Am7/G Bm7 (5b)
Nem sei se está frio ou se está quente,
E7 Am7/G A7
Vou me perder
Dm7 G7
Vou, vou buscar você
C7M
Longe de outro afeto
G/B F7M
E selando tudo num beijo concreto,
Bm7 (5b) E7
Vejo a lua acima do teto
A#° Am7 A7
Sem ter porquê
Am7 Am7/G
Não, não adianta ser
Dm7
Somente a mão e a luva,
E7 Am7 Am7/G
Achar que o vento sempre faz a mesma curva,
Bm7 (5b) E7
É como num’água turva,
E7
Querer si ver
Am7 Am7/G
Não, não é só depender
Dm7
De soltar das correntes
E7 Am7
Sem o sol não vejo o céu à minha frente
Am7/G Bm7 (5b)
Nem sei se está frio ou se está quente,
E7 Am7/G A7
Vou me perder
Dm7 G7
Vou, vou buscar você
C7M
Longe de outro afeto
G/B F7M
E selando tudo num beijo concreto,
Bm7 (5b) E7
Vejo a lua acima do teto
A#° Am7 A7
Sem ter porquê
O papel em branco
me espera um verso.
Fujo ao olhar
das paralelas linhas.
Rebusco os confins
da memória farta,
mas nada aflora
que mereça a tinta.
O papel em branco,
zombeteiro, ri
um riso pálido
de retilíneos dentes.
Inspiração me falta
e o papel espreita
tocaiado ao longo
de precisa mira.
O papel em branco
me tortura e limita
prisioneiro atrás
de homogêneas grades.
O papel ainda em branco
já me duvida a arte
e num impulso o espedaço
com tortuosas garras.
(Poesia de Iano salomão de Campos, do livro "Bissexto")
me espera um verso.
Fujo ao olhar
das paralelas linhas.
Rebusco os confins
da memória farta,
mas nada aflora
que mereça a tinta.
O papel em branco,
zombeteiro, ri
um riso pálido
de retilíneos dentes.
Inspiração me falta
e o papel espreita
tocaiado ao longo
de precisa mira.
O papel em branco
me tortura e limita
prisioneiro atrás
de homogêneas grades.
O papel ainda em branco
já me duvida a arte
e num impulso o espedaço
com tortuosas garras.
(Poesia de Iano salomão de Campos, do livro "Bissexto")
poesia II
Sempre a busquei.
Nunca soube onde
Nem o porquê,
Já que não a sentia.
Mas essa sempre foi a minha intenção.
E você não queria,
Fingia não ver.
Talvez porque não me sabia.
Eu sempre quis você.
Agora que a tenho,
Me empenho no gosto
de fazer o quero,
apesar de seu gesto.
Que rebate meu sincero apelo
De poder mergulhar
Naquilo que trago,
Que toco ou que faço.
E, sem nenhum embaraço,
Digo a você que meu melhor momento
É aquele no qual me sinto
dono de mim mesmo.
Mesmo assim me calo, à sua mercê,
E me entrego, de joelhos,
Ao dizer, em confissão:
Só dormirei feliz se te amar
depois de fazer tudo o que quero!
(Yussef Salomão)
Nunca soube onde
Nem o porquê,
Já que não a sentia.
Mas essa sempre foi a minha intenção.
E você não queria,
Fingia não ver.
Talvez porque não me sabia.
Eu sempre quis você.
Agora que a tenho,
Me empenho no gosto
de fazer o quero,
apesar de seu gesto.
Que rebate meu sincero apelo
De poder mergulhar
Naquilo que trago,
Que toco ou que faço.
E, sem nenhum embaraço,
Digo a você que meu melhor momento
É aquele no qual me sinto
dono de mim mesmo.
Mesmo assim me calo, à sua mercê,
E me entrego, de joelhos,
Ao dizer, em confissão:
Só dormirei feliz se te amar
depois de fazer tudo o que quero!
(Yussef Salomão)
Rumo e prosa
Rabisquei em rimas abertas a torta letra do sofrimento.
Travei batalhas íntimas e incertas.
Espanquei minha felicidade,
pisoteada por qualquer um que cruzasse a avenida do lamento
....e fui à lona.
Mas, no último assalto, ainda cambaleante, me fortaleci,
mudei o rumo, mudei de prosa...
Privilegio agora o amor incondicional de minha dona,
A vida conjugal ao lado de minha amada,
buscando apenas a hora do beijo,
O sorriso perfeito, o cheiro e a rosa.
E quando menos se espera
Seguro-a em meus braços,
Abro as portas do aposento
Deito-a em nosso leito
e a amo de forma indeterminada.
(Yussef Salomão)
Travei batalhas íntimas e incertas.
Espanquei minha felicidade,
pisoteada por qualquer um que cruzasse a avenida do lamento
....e fui à lona.
Mas, no último assalto, ainda cambaleante, me fortaleci,
mudei o rumo, mudei de prosa...
Privilegio agora o amor incondicional de minha dona,
A vida conjugal ao lado de minha amada,
buscando apenas a hora do beijo,
O sorriso perfeito, o cheiro e a rosa.
E quando menos se espera
Seguro-a em meus braços,
Abro as portas do aposento
Deito-a em nosso leito
e a amo de forma indeterminada.
(Yussef Salomão)
poesia
Desculpa o meu amar demais
que foi capaz, diversas vezes
fazer, como em seguidas viuvezes,
correr de teus olhos mananciais
que surgem de um passado doído,
nascente ressentida de outrora,
perdoado, mas não esquecido,
reconstruído pela mágoa do agora.
Nosso amor à tudo resistiu,
insistiu em sobreviver, sem pudor
em se mostrar forte frente ao vil,
ao abjeto e desprezível torpor
Asquerosa mania de culpar o passado...
esse construtor da memória
que insiste em fatos de glória,
mas se corrói com o que não foi anistiado.
Assim devo reaprender a te amar:
Preservando tudo em você que me agrada,
e sufocando o que me vilipendia
mesmo que de uma forma vadia
demover a concórdia adulterada.
(Yussef Salomão)
que foi capaz, diversas vezes
fazer, como em seguidas viuvezes,
correr de teus olhos mananciais
que surgem de um passado doído,
nascente ressentida de outrora,
perdoado, mas não esquecido,
reconstruído pela mágoa do agora.
Nosso amor à tudo resistiu,
insistiu em sobreviver, sem pudor
em se mostrar forte frente ao vil,
ao abjeto e desprezível torpor
Asquerosa mania de culpar o passado...
esse construtor da memória
que insiste em fatos de glória,
mas se corrói com o que não foi anistiado.
Assim devo reaprender a te amar:
Preservando tudo em você que me agrada,
e sufocando o que me vilipendia
mesmo que de uma forma vadia
demover a concórdia adulterada.
(Yussef Salomão)
Assinar:
Postagens (Atom)